Publicado em 29/05/2023 - às 17:32
Por Redação | Jornal Conquista
Por: Catarine Ferraz.
A arte é um meio de se comunicar com o mundo, juntar palavras em poesias e músicas, colocar cores em telas. Passar o que sente por meio da arte é muito importante, porém, em Vitória da Conquista, seu consumo ainda é precário. Artistas locais sofrem com a falta de apoio público e de entidades para promoção e comercialização de suas obras. Por isso, uma cidade tão rica em talento como Conquista, ainda pouco valoriza os seus.
Um exemplo disso é o pintor Luhan Modesto, que tem a arte correndo em suas veias e compartilha sua vida ao lado da pintura desde a sua infância, já que seu pai fazia quadros entalhados em madeira e em espelhos. O artista de 28 anos é autodidata, aprendeu a pintar com 10 anos e, depois de um tempo, com incentivo de sua mãe, começou a fazer alguns cursos na área. Apesar de ter se arriscado pelo mundo dos desenhos e do grafite, sua paixão sempre foi a pintura de tela e, na época da escola, sempre se destacou no que se dizia respeito à arte.
Mesmo com sua aptidão e fascínio pelo universo artístico, Luhan se formou em engenharia, é estudante de administração e trabalha com a área empresarial. “Com a arte eu faço um extra. Atualmente eu prefiro presentear um amigo a fazer um trabalho artístico para quem simplesmente não valoriza, e pretende pagar muito pouco”, conta ele. O pintor diz que o mercado é desanimador e que presenciou isso dentro de casa, pois seu pai largou a arte por não receber um retorno suficiente para sustentar uma família. “As pessoas definitivamente julgam caro pagar 500 reais num quadro em óleo sobre tela, que dura a vida inteira, vira herança, se valoriza com o tempo, mas pagam sem reclamar o mesmo valor numa festa ou saída a noite por exemplo”, reclama Luhan. “É uma questão cultural das pessoas da região em geral, é como se arte não fosse um trabalho, que depende de tempo, talento ou custos. É bem complicado”, completa.
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