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Câmara realiza sessão especial sobre riscos no Anel Viário de Vitória da Conquista

Relatos de perdas familiares, cobranças por viadutos e críticas à antiga concessionária marcaram o debate sobre a insegurança na BR-116.

Por Redação | Jornal Conquista
Publicado em 09/06/2025 - às 16:58
Foto: CMVC.

Na manhã da última sexta-feira (6), a Câmara Municipal de Vitória da Conquista promoveu uma sessão especial para discutir a situação crítica do Anel Viário da cidade, com foco nos trechos que mais registram acidentes, como o conhecido “Trevo da Morte”, nas proximidades do Centro Industrial dos Imborés.

A iniciativa foi do vereador Adinilson Pereira (UB) e contou com a presença de representantes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), da Prefeitura, lideranças comunitárias e outros parlamentares.

Durante a sessão, foram apresentados dados alarmantes. De acordo com o chefe da PRF em Vitória da Conquista, Alexandre Analício, o trecho mais perigoso está entre os quilômetros 10 e 20 da BR-116, na região da Lagoa das FloresSomente em 2024, foram contabilizadas 70 mortes. Ele defendeu a duplicação da via como medida essencial para reduzir os índices de acidentes. A BR-324, que é duplicada, teve zero mortes no mesmo período em que a BR-116 teve 22, afirmou.

Representando o DNIT, Paulo César Oliveira explicou que, com a saída da Via Bahia, o órgão federal assumiu a gestão das BRs 116 e 324 por meio de um contrato emergencial de três meses, prorrogável até a nova concessão. Segundo ele, nesse período serão realizadas apenas ações operacionais. Ele informou que está em andamento um projeto provisório para alteração do cruzamento no distrito industrial, até a construção dos viadutos.

O debate também foi marcado por falas emocionadas. A cidadã Rute Amâncio, que perdeu o marido e a filha de 11 meses em um acidente na rodovia em 2011, criticou a falta de providências efetivas ao longo dos anos. Foi colocado um radar depois do cruzamento, o que compromete sua eficácia. O mínimo que se fizer já ajuda a evitar mortes”, afirmou, cobrando mais atenção das autoridades.

Lideranças comunitárias reforçaram as críticas à antiga concessionária Via Bahia. Recolheram o dinheiro do povo e não entregaram nada. Chega de abandono, disse Zé Portugal, morador da Lagoa das Flores. A representante da AINVIC, Neuza Silva Santos, destacou a insegurança vivida por trabalhadores do setor industrial e cobrou mais estrutura para garantir produtividade e segurança.

Parlamentares também se manifestaram. O vereador Edjaime Rosa – Bibia (UB) questionou os prazos da nova concessão e pediu mais transparênciaFernando Jacaré (PT) defendeu a união entre os entes federativos para garantir obras urgentes. Já a vereadora Doutora Lara (Republicanos) demonstrou preocupação com o compromisso do Governo Federal. “Seis dias após a rescisão da Via Bahia, o ministro dos Transportes me perguntou onde era Vitória da Conquista. Prometer é fácil, mas o momento de cobrar é agora”, declarou.

O vereador Ricardo Babão (PCdoB) anunciou que, após reunião em Brasília, foi confirmada a construção de dois viadutos antes da formalização do novo consórcio. Já Natan da Carroceria celebrou a articulação da Câmara, que garantiu mais de R$ 60 milhões para investimentos na malha rodoviária e cobrou atenção a outras estruturas críticas, como as pontes sobre o Rio Jequitinhonha e em Cândido Sales.

A sessão foi acompanhada por familiares de vítimas, representantes de comunidades e cidadãos que convivem diariamente com os riscos da rodovia. 

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