EDITORIAL: Não podemos normalizar a barbárie
Posicionamento oficial do Jornal Conquista sobre a tentativa de golpe deste domingo em Brasília.
Exatos 2 anos e 2 dias após o episódio conhecido como a “invasão do Capitólio”, vimos algo muito pior acontecer na nossa capital e de maneira até mais organizada do que nos Estados Unidos. A invasão de bolsonaristas às sedes dos Três Poderes da Nação não só nos chocou como também deu ao mundo mais uma demonstração de vergonha do Brasil.
Independente de direita ou esquerda, de apoiadores ou opositores do atual Governo, uma coisa é certa: as cenas deste domingo marcaram tragicamente a história da nossa curta, porém necessária democracia. Toda a recente revolta de eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro era até então compreensiva, mas a partir do momento em que a agressão e o vandalismo deram o tom das manifestações, há uma só palavra para tipificar o que aconteceu: terrorismo.
Sim, foi revoltante ver movimentos de esquerda fazendo ataques semelhantes em outras ocasiões, mas repetir os ataques denota sobretudo o tamanho do maucaratismo de certos líderes e o tamanho da preguiça de pensar de grande parte dos articuladores dessa tentativa de golpe. O caminho definitivamente não é esse.
Vale ressaltar que o silêncio de horas (na verdade, meses e anos) do ex-presidente Jair Bolsonaro e a negligência da Polícia Militar do DF sobre as atitudes golpistas precisam ser escancaradas e punidas, mas aqui ficam perguntas: Onde estava a inteligência da segurança do Governo Federal antes desta barbárie? Por quê o secretário da Segurança Pública do DF estava de férias com menos de 1 semana no cargo? Questionamentos que muitos sabem responder, mas poucos manifestarão vontade de externar.
Por fim, deixo aqui a citação à Edmund Burke, considerado o “Pai do pensamento conservador”, que sempre pregou que o verdadeiro conservador deve ser cético à revoluções e buscar seus objetivos por meio das instituições, totalmente o contrário desta direita burra, agressiva, golpista e extremista que vimos neste domingo.