Gás de cozinha na Bahia é 75% mais caro que o vendido pela Petrobras, aponta estudo
O estado tem o quarto botijão mais caro do Brasil e, em algumas regiões, chega a R$ 153.
Os reajustes consecutivos no preço do gás de cozinha têm causado grandes impactos tanto para os consumidores quanto para os revendedores da Bahia.
De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) na semana de 9 a 15 de fevereiro foi de R$ 123,60, posicionando a Bahia como o quarto estado com o gás de cozinha mais caro do Brasil. Em algumas regiões, o preço pode alcançar até R$ 153, refletindo uma grande variação.
Segundo um estudo realizado pelo economista Eric Gil, do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), o gás vendido na Bahia é 75% mais caro do que o botijão de 13 kg da Petrobras, que custa atualmente R$ 34,70. Esse aumento tem afetado principalmente as famílias de menor poder aquisitivo, que enfrentam dificuldades em manter o consumo de um item essencial.
O gás produzido na Refinaria de Mataripe, na Bahia, passou a ser vendido por R$ 60,85 aos distribuidores, um aumento considerável. Esse valor, segundo especialistas, está diretamente relacionado à falta de concorrência no mercado local.
A refinaria Acelen, que é a única grande refinaria do estado, tem reajustado o preço do GLP com base em variáveis do mercado internacional, como o custo do petróleo e a alta do dólar.
A Acelen, por sua vez, afirma que o preço do gás é ajustado mensalmente, respeitando as normas contratuais e as regras estabelecidas pela ANP. O aumento é justificado pela valorização do dólar no mês de janeiro e seu impacto no custo do petróleo.
Além disso, os revendedores de gás também enfrentam dificuldades. A queda na demanda e o aumento dos preços tornam complicado repassar o custo para os consumidores, o que tem levado muitos empresários do setor a reconsiderar a continuidade da atividade.