Publicado em 08/08/2025 - às 16:50
Por Redação | Jornal Conquista
A Câmara Municipal de Vitória da Conquista realizou, na noite de quinta-feira (7), uma audiência pública para debater a criação do Conselho Municipal de Proteção e Defesa dos Animais, proposta que busca fortalecer a articulação entre sociedade civil, poder público e entidades ligadas à saúde, meio ambiente e bem-estar animal.
A audiência foi aberta pelo vereador Dr. Andresson Ribeiro (PCdoB), idealizador da iniciativa. O parlamentar destacou que, apesar do município ter um orçamento anual superior a R$ 1,5 bilhão, ainda há grandes lacunas na política de proteção animal, e que cidades menores, como Guanambi, já contam com conselho e fundo específico para a área. Ele também mencionou a articulação da Câmara para que a Prefeitura encaminhe um projeto de lei com esse objetivo.
O debate contou com a participação de representantes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que apresentaram um panorama das ações locais. Entre os dados citados, estão mais de 8 mil atendimentos realizados pela Clínica CASA, cerca de 1.470 castrações feitas em um ano e três meses com o castramóvel, e o histórico de 25 anos do Cetas, que já acolheu mais de 80 mil animais silvestres. O projeto de criação do conselho já está em elaboração, com previsão de mandatos de dois anos e representantes do setor público, ONGs, universidades e clínicas.
Ativistas e protetores independentes também trouxeram críticas e propostas. Foram mencionados gastos de R$ 80 mil com aluguel de uma clínica que ficou fechada, a ausência de um centro de acolhimento para animais resgatados e o crescimento de casos de doenças como cinomose e esporotricose, com impacto direto na saúde pública. Também houve destaque para a importância da vacinação universal, castrações e ações educativas nas escolas.
De acordo com a Unidade de Vigilância de Zoonoses, a conscientização da população é essencial para o controle das zoonoses e do abandono, mas ainda não há estrutura física suficiente para abrigar todos os animais resgatados. Já a Guarda Civil Municipal e o DNIT ressaltaram que vêm atuando na proteção de animais em vias públicas e rodovias, embora ainda enfrentem dificuldades logísticas e estruturais.
Representantes de ONGs locais lembraram que a maior parte das ações de proteção animal hoje depende do voluntariado, e que é preciso mais investimento público para garantir atendimento, tratamento e adoção responsável.