EDITORIAL: Governo desconhece importância do Complexo de Escuta Protegida para Conquista
Editorial assinado pelo jornalista Igor Novaes.
Por: Igor Novaes, editor-chefe de Jornal Conquista.
Ao solicitar o terreno do Complexo de Escuta Protegida e Centro Integrado de Direitos da Criança e do Adolescente (CIDCA), o Governo do Estado da Bahia fecha os olhos para o trabalho de um equipamento altamente importante e que faz a diferença na vida de diversas famílias em Vitória da Conquista.
Este mesmo Governo do Estado, legitimamente eleito e devidamente estabelecido há 10 meses, mas que até o momento não esteve presente na 3ª maior cidade da Bahia, muito provavelmente não sabe – ou se nega a saber – sobre o equipamento que está sendo retirado à força da comunidade conquistense.
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A indignação do Governo Municipal também é altamente legítima. O Complexo de Escuta Protegida se tornou referência para o país na garantia de direitos das crianças e adolescentes da nossa cidade, e mesmo o Estado oferecendo um novo local para receber o equipamento, é claro e evidente que haverá uma interrupção no serviço para a devida adaptação de um eventual nova sede.
Chega a ser surpreendente, no mínimo, que uma gestão democrática, e que se diz defensora dos menos favorecidos, provoque um desgaste tão grande a um serviço tão importante e reconhecido por diversas lideranças e organizações nacionais e internacionais. Também é de se admirar que um acordo firmado em 2014, com duração de 20 anos, seja interrompido à força sem um argumento jurídico razoável.
Local não é um problema para os governos. O Estado da Bahia tem vários e o município pode fornecer outros espaços para a mesma finalidade alegada pela gestão petista – ainda mais agora que a permuta dos terrenos foi rejeitada pela Câmara – que é a construção de um novo colégio com um grande complexo esportivo.
Cabe neste momento às autoridades do município realmente sustentar a retórica de defesa da cidade e venham a bater de frente contra o governador Jerônimo Rodrigues (PT) e sua Secretaria de Educação, que visivelmente desconhecem o serviço oferecido. Decisões forçosas desse tipo vão de encontro aos princípios democráticos tão defendidos na eleição do ano passado.