Polícia Federal conduz operação “O Criador” na região Sudoeste
Mandados de prisão foram cumpridos em Jequié. Quadrilha teria criado empresa fictícia em Conquista.
Nesta quarta-feira (09), a Polícia Federal, em colaboração com o Núcleo Regional de Inteligência Previdenciária do Ministério da Previdência Social (NUINP/BA) e com apoio do 19º Batalhão de Polícia Militar, iniciou a operação “O Criador” que tem como alvo derrubar atividades criminosas que envolvem falsificação de documentos públicos e estelionato contra o órgão previdenciário.
Em Jequié, estão sendo executados quatro mandados de busca e apreensão, um mandado de prisão preventiva e dois mandados de prisão temporária. O valor total de dano é de R$ 2.081.391,32, resultante de concessões e saques fraudulentos de benefícios previdenciários, que vinham sendo indevidamente pagos por mais de uma década em certos casos.
Com base em investigações conjuntas com o INSS e com a assistência do novo sistema de inteligência da Polícia Federal, chamado Prometheus, foi comprovado que os envolvidos do benefício previdenciário de “pensão por morte”, que seriam a suposta esposa e o filho, na verdade nunca existiram. Essas identidades foram fabricadas pelos suspeitos no mesmo ano de 2016, com o único propósito de adquirir a vantagem financeira ilícita mencionada.
A organização criminosa tinha especialização em falsificar o benefício de “pensão por morte” para pessoas falecidas em diferentes regiões do Brasil (São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, etc.), que não tinham deixado herdeiros ou dependentes legais qualificados para receber esse tipo de benefício previdenciário.
Foi confirmado que uma única pessoa era encarregada de realizar os saques fraudulentos mensais de todos os benefícios, sempre em agências bancárias localizadas em Jequié. Além disso, cruzamentos de dados, perícia e análise de informações revelaram que a quadrilha criou uma empresa fictícia em Vitória da Conquista e financiou a aquisição de dez carros de luxo, cada um com um valor estimado de cerca de R$180.000,00.
Um total de R$1.517.774,92 foi bloqueado nas contas e ativos dos investigados, enquanto o INSS tomou medidas imediatas para suspender os benefícios fraudulentos. Os crimes investigados na operação incluem associação criminosa, falsificação de documento público, estelionato qualificado e falsidade ideológica. As penas máximas possíveis para esses crimes podem se acumular a mais de 15 anos de prisão.