Polícia Civil cumpre mandado de busca e apreensão em clínica de estética em Vitória da Conquista
Fisioterapeuta responsável pelo estabelecimento é investigado por lesões corporais graves causadas em duas pacientes após procedimentos.
Na manhã desta quinta-feira (27), a Polícia Civil de Vitória da Conquista cumpriu um mandado de busca e apreensão contra uma clínica de estética localizada na Avenida Siqueira Campos, no Centro da cidade, no âmbito da 15ª Fase da Operação Unum Corpus.
A ação foi acompanhada por representantes do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 7ª Região (CREFITO 7), Conselho Regional de Farmácia da Bahia (CRF-BA) e Vigilância Sanitária.
O fisioterapeuta responsável pelo estabelecimento é investigado por lesões corporais graves causadas em duas pacientes após procedimentos de criolipólise. Durante as buscas, as autoridades identificaram produtos vencidos e constataram que a clínica não possuía alvará sanitário. Quatro salas onde eram realizados procedimentos foram lacradas e interditadas, e o celular do fisioterapeuta foi apreendido.
Duas mulheres procuraram a Polícia Civil para denunciar lesões decorrentes do procedimento estético. A primeira vítima, que realizou o procedimento em 16 de maio de 2024, ficou com deformidade permanente e incapacidade para suas ocupações habituais por mais de 30 dias. A segunda paciente, submetida à criolipólise em 21 de janeiro de 2025, desenvolveu hipersensibilidade e dor abdominal, resultando em incapacidade por período semelhante.
Além disso, de acordo com a Polícia Civil, as investigações apontaram irregularidades em farmácias de manipulação indicadas pelo fisioterapeuta para a compra de medicamentos pós-procedimento. Remédios adquiridos pelas vítimas foram apreendidos e encaminhados para perícia, revelando que as formulações não continham informações adequadas sobre as substâncias, expondo os pacientes a riscos de intoxicação e eventos adversos.
O delegado Paulo Henrique de Oliveira, titular da 1ª DT de Vitória da Conquista, informou que o fisioterapeuta direcionava seus pacientes para farmácias específicas, onde eram vendidos remédios sem a devida prescrição médica.
Um dos medicamentos identificados foi a furosemida, diurético de tarja vermelha, que só pode ser comercializado sob receita médica. Por essa prática, ele também responderá pelo crime de exercício ilegal da medicina.
A Polícia Civil instaurou um inquérito específico para apurar a responsabilidade criminal da farmácia de manipulação e comunicou ao CRF-BA sobre outra farmácia, localizada no centro da cidade, que vendeu um remédio controlado sem exigir a prescrição médica, conforme nota fiscal apreendida.
Pelos crimes de lesão grave, lesão gravíssima e exercício ilegal da medicina, o fisioterapeuta pode ser condenado a até 20 anos de prisão.
