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Operação da Polícia Civil prende oito pessoas por golpe de falsas cartas de crédito em Vitória da Conquista

Quadrilha já tinha histórico de crimes de estelionato no município; dezenas de vítimas foram lesadas.

Por Redação | Jornal Conquista
Publicado em 27/03/2025 - às 12:54
Foto: Ascom/Polícia Civil

Uma operação da Delegacia de Furtos e Roubos de Vitória da Conquista resultou na prisão de oito suspeitos, nesta quinta-feira (27), acusados de envolvimento em um golpe que utilizava falsas cartas de crédito de consórcio para enganar vítimas.

A quadrilha prometia liberação rápida de crédito para a compra de veículos e imóveis, mas após o pagamento inicial das vítimas, interrompia o contato e se recusava a devolver o dinheiro.

De acordo com a reportagem do Bahia Meio Dia, as prisões ocorreram após meses de investigações conduzidas pela polícia, que vinha monitorando as atividades da organização criminosa desde 2024. Segundo o delegado titular Odilson Pereira, o grupo atuava a partir de escritórios localizados no Multiplace, onde as vítimas eram atraídas por falsas promessas de crédito contemplado.

“As pessoas procuram as empresas através dos seus funcionários, divulgam na internet a carta de crédito contemplada de veículos, de imóveis, onde, em aproximadamente sete dias, esse valor já está depositado na conta. Aí, sugerem à pessoa que deposite um determinado valor alto, a pessoa deposita, só que a partir daí existe o corte do contato.”, explicou o delegado.

Durante a operação, equipamentos eletrônicos, como celulares e computadores, foram apreendidos, o que pode auxiliar na identificação de outros envolvidos no esquema. No momento das prisões, pelo menos dez vítimas estavam na delegacia registrando queixas, e outras 20 já haviam formalizado boletins de ocorrência.

As autoridades acreditam que o golpe tenha lesado dezenas de pessoas em Vitória da Conquista e região, com valores ainda sendo calculados. Segundo a polícia, os suspeitos já tinham passagens por estelionato e, em 2022, foram alvos da Operação Párquia, que investigou um esquema semelhante.

“Eles mudaram de nome, mudaram de endereço e mudaram de designação. Então, dessa vez, nós estávamos desde 2024 investigando, e agora culminou com a prisão em flagrante dos autores”, destacou o delegado.

As investigações continuam para identificar os principais responsáveis pela organização criminosa, além de verificar possíveis crimes como lavagem de dinheiro e ocultação de bens.

Como funcionava o golpe?

De acordo com a Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Vitória da Conquista (DEIC), as investigações apontam que o golpe seguia uma estrutura bem planejada, envolvendo diversas etapas para ludibriar as vítimas:

  1. Anúncios Enganosos – Os golpistas veiculavam anúncios na internet e faziam ligações telefônicas, oferecendo veículos e imóveis a preços abaixo do mercado.
  2. Atração até a Sede da Empresa – Interessados eram conduzidos até um escritório no Multiplace, onde a quadrilha realizava a negociação e apresentava cartas de crédito contempladas falsas.
  3. Manipulação Contratual – Durante a assinatura do contrato, os criminosos distorciam informações, fazendo com que as vítimas acreditassem estar adquirindo um crédito garantido, quando, na verdade, entravam em um consórcio comum.
  4. Espera e Pressão – Após pagar a chamada “taxa administrativa”, as vítimas eram informadas de que não foram contempladas e recebiam pressão para realizar novos pagamentos.
  5. Alegações de Não-Reembolso – Quando solicitavam a devolução do dinheiro, as vítimas eram informadas de que a quantia paga não era passível de reembolso.
  6. Corte de Contato – Os golpistas então desapareciam, deixando os clientes sem resposta.

A polícia orienta que qualquer pessoa que tenha sido vítima do golpe procure a Delegacia de Furtos e Roubos para registrar ocorrência e contribuir com as investigações. Além disso, reforça a importância de pesquisar a reputação das empresas antes de realizar qualquer pagamento, verificando registros na internet e reclamações em órgãos de defesa do consumidor.

As vítimas também poderão buscar ressarcimento por meio da Justiça. “Nós agora vamos computar o valor dos prejuízos todos de cada vítima, e, a partir daí, nós iremos dar continuidade às investigações até verificar outros crimes cometidos, como lavagem de dinheiro, informação de quadrilha, etc”, afirmou o delegado.

A Polícia Civil segue apurando o caso para identificar outros envolvidos e novas vítimas do golpe.

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