Sucesso de cafeicultura da Barra do Choça destaca a presença feminina na produção de café

A produção de café em Barra do Choça é destaque na região do Planalto da Conquista, é o que mostra a reportagem da TV Uesb, exibida nesta segunda-feira (05). O sucesso da produção é atribuído ao investimento e à presença de mulheres cafeicultoras em todas as etapas da produção de cafés especiais.

Na reportagem, a cafeicultora Ana Cristina, que diz que resolveu dedicar-se à produção de café há sete anos. “Quando eu trabalhava em outra área, e meu marido, Idimar, que é agrônomo, se aposentou, nós tínhamos já um projeto de dar continuidade a esse foco no café”.

“E aí foi quando a gente já estava ciente dessa nova etapa, que eram os cafés especiais. Chegando no mercado, sendo valorizado, e aí nós fizemos esse propósito, que era focar no café especial. E aí eu fiquei junto com ele, dando esse suporte e procurando conhecimento, tudo focado no café especial”, explicou Ana Cristina.

Ela é uma das 73 mulheres que compõem a marca “Café Feminino”, formada por cafeicultores da região de Barra do Choça. “As mulheres, não só na questão da colheita, do dia a dia, mas estão tomando um protagonismo gigante”, afirma o chefe de divisão de apoio da SEMAGRI, Eliseu Aranha.

“Nós temos mais de 70 produtoras de Café Feminino que dão todo um toque especial, que trazem o poder feminino para a cafeicultura. Isso, pra gente, é muito gratificante saber que Barra do Choça não é referência só no volume, mas também na qualidade, no modelo de se produzir café”, concluiu Eliseu.

De acordo com um levantamento da Embrapa, no Brasil, apenas pouco mais de 13% dos estabelecimentos rurais com café são chefiados por mulheres. Na região nordeste, a Bahia se destaca como o estado com maior presença feminina no campo.

Números divulgados recentemente por uma organização internacional mostram que de 20 a 30% das fazendas de café são geridas por mulheres em âmbito global. As mulheres são maioria na produção de cafés especiais, segmento que vem registrando crescimento de 20% ao ano no país.

“É uma característica específica das mulheres, e elas estão imprimindo isso aí, porque, como elas têm, também, aquele ambiente familiar, aquele controle que elas têm sobre o ambiente familiar, elas estão levando isso aí para o ambiente empresarial”, disse Idimar Barreto, cafeicultor.

Na propriedade, que fica situada a mais de 900 metros de altitude, o casal Ana Cristina e Idimar sonham juntos com o futuro da colheita do café, lugar em que a presença feminina tem ainda muito a crescer. 

“Eu acho que quem tiver coragem, quem tiver dedicação vai se dar muito bem nesse ramo porque tá de portas abertas. Ainda tem um mercado muito grande a ser conquistado, e nós vamos estar buscando a nossa fatia nesse mercado”, disse Ana Cristina.