Xandó denuncia atraso no início dos trabalhos da CPI da saúde em Vitória da Conquista

Os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde, instaurada pela Câmara Municipal de Vitória da Conquista, ainda não foram iniciados.

Embora a CPI tenha sido instaurada em 15 de maio, os membros da comissão ainda não foram nomeados, quase um mês após a sua criação.

Em ao repórter Antonio Sena, nesta terça-feira (11), o vereador Alexandre Xandó (PT) acusou o presidente da Câmara, Hermínio Oliveira (PP), de bloquear as investigações.

“É uma barreira clara, porque o Regimento Interno é claro ao dizer que se faz necessário que quando há um pedido de CPI elaborado por um texto dos vereadores de que de imediato sejam designados os membros”, afirmou Xandó.

“Só que aí o presidente inventou uma novidade que foi de encaminhar ao procurador jurídico para que ele dê um parecer antes. E isso parece que já tem 20 dias que está na mão do procurador jurídico”, completou o vereador.

Xandó alertou que, se a Câmara não iniciar as investigações, recorrerá à justiça. “A gente já está preparando uma ação judicial, porque o que tudo indica, nós vamos ter que resolver isso na Justiça”, disse Alexandre Xandó.

Apesar do recesso junino estar próximo, Xandó destacou que isso não impede os trabalhos da CPI. “O próprio Regimento Interno prevê que durante o recesso também se continuem os trabalhos”, explicou o parlamentar.

CPI da Saúde

A CPI foi proposta após a deflagração da Operação Dropout, pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União, que visa desmantelar uma organização criminosa acusada de desviar recursos públicos da Secretaria de Saúde durante a pandemia.

Os crimes teriam ocorrido em 2020, em processos de aquisição de testes de Covid-19, com indícios de fraude que somam R$ 2.030.000,00. Xandó acusa a base governista, aliada da prefeita Sheila Lemos (União Brasil), de temer a CPI, atrasando deliberadamente o início dos trabalhos.

“A gente está diante de um caso escandaloso, gravíssimo, de corrupção e a prefeitura sabe que tem culpa no cartório. Desde 2020 a secretária de saúde já era acusada de corrupção, ela deixou o cargo em 2023, por vontade própria”, afirmou Alexandre.

“A diretora de Atenção Vigilância Sanitária da época continuou dentro da Prefeitura. E o ex- procurador apontou que tinham essas irregularidades e a prefeitura não fez nada. Então, o que fica claro para a gente é que a prefeitura está com medo de que possa vir”, completou Xandó.

Além da CPI, Xandó mencionou que as investigações da Polícia Federal continuam e poderão trazer à tona informações prejudiciais ao grupo político da prefeita. “Não tenha dúvidas que a casa de Sheila vai cair”, concluiu Alexandre Xandó.