PMVC reúne internas do presídio Nilton Gonçalves para conversa sobre saúde mental e garantia de direitos
A atividade abrangeu uma conversa sobre saúde mental, alinhada à temática do Janeiro Branco.
Na última terça-feira (16), um grupo de 13 mulheres em regime semiaberto no presídio Nilton Gonçalves, participaram do projeto Construindo Emoções, uma iniciativa conjunta das secretarias municipais de Políticas para Mulheres (SMPM) e de Saúde (SMS). A atividade envolveu um bate-papo sobre saúde mental, alinhado à temática do Janeiro Branco, seguido pela construção de emoções através da recordação de memórias relacionadas a objetos retirados aleatoriamente de uma caixa.
De acordo com a SMPM, a maioria das mulheres presas não recebe visitas regulares de familiares ou cônjuges. Para uma interna de 34 anos, o projeto serviu para modificar essa realidade – ainda que fosse apenas por uma tarde. “Achei muito interessante elas lembrarem de nós, aqui dentro”, confidenciou a jovem, que, embora tenha permissão para trabalhar fora durante o dia, ainda não conseguiu encontrar um emprego. “Elas vieram trazer diversão e desabafo. Foi uma tarde boa, com pessoas diferentes e que nos ajudam a pensar diferente”, avaliou.
“As mulheres de Vitória da Conquista, privadas da sua liberdade ou não, são mulheres dotadas de direitos e precisam da assistência do Estado detentor, que as custodia, mas também do Estado como gestão, que é o Executivo Municipal, que traz os serviços de saúde, o que é um direito constitucional assegurado a todos os cidadãos”, informou a secretária municipal de Políticas Públicas para Mulheres, Viviane Ferreira.
A SMPM já concluiu a elaboração de outro projeto, chamado Para Além do Cárcere, também voltado para a população carcerária feminina e prestes a ser iniciado. No caso dessa nova iniciativa, o foco é no que as mulheres encarceradas pretendem fazer no período posterior ao cumprimento das penas. “Essas mulheres vão sair daqui um dia e elas precisam ser reinseridas na sociedade”, observou Viviane Ferreira.
“O que elas querem? O que elas sonham, depois que saírem daqui? Trabalhar, voltar para a cidade de origem, permanecer. Então, a gente quer trabalhar também a empregabilidade, a autonomia delas”, reforçou Dayanna. “A lei de execução penal vem para ressocializar, e isso não tem sido feito. Então, a gente precisa trabalhar a ressocialização delas dentro da sociedade”.