Atividades relacionadas ao Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha é iniciada no município
Ações semelhantes, com discussões na mesma linha, serão realizadas em toda a rede socioassistencial do município.
Foi realizado nesta quarta-feira (5), a primeira atividade do ciclo de ações que serão desenvolvidas pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Semdes), por ocasião do dia 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. O encontro foi realizado no Centro de Referência de Assistência Social (Cras), que atende ao território do bairro Pedrinhas,
Em cumprimento à Lei Federal nº, 12.987/2014, também se celebra a memória da líder quilombola Tereza de Benguela, que, no século 16, liderou durante cerca de vinte anos a resistência contra o governo escravista brasileiro e coordenou as atividades econômicas e políticas do Quilombo Quariterê, situado na fronteira do Mato Grosso com a Bolívia.
A roda de conversa tratou do protagonismo das mulheres negras na sociedade brasileira, com um recorte específico sobre o contexto de Vitória da Conquista – um tema que interessa a todas as pessoas, e que põe na condição de protagonistas os próprios usuários do serviço, já que o Cras Pedrinhas é responsável por um público predominantemente formado por pessoas que se autodeclaram negras e pardas. São mais de 4,6 mil famílias espalhadas pelos bairros Pedrinhas, Alto Maron, Cruzeiro, Petrópolis, Guarani, Centro, São Vicente e Sumaré.
A gerente do Cras Pedrinhas, Laís Pinheiro reforça que, ainda que haja o Dia Internacional da Mulher, em 8 de março, a data especificamente direcionada à mulher negra, no dia 25 de julho, torna-se necessária em razão do racismo estrutural que caracteriza o contexto social brasileiro. “Quando a gente fala da mulher negra, a gente está especificando que existe um movimento para evidenciar e potencializar as ações e a representatividade da mulher negra no nosso território, no nosso bairro, no nosso país, e para o mundo também”. “Enquanto um agente no território, o Cras utiliza essas ferramentas para potencializar todas essas ações que, inclusive, evidenciam a autoestima da mulher e a representatividade da mulher negra no nosso território e em todos os espaços que ela pode ocupar”, conclui.
“Estaremos mobilizando a sociedade conquistense para um debate sobre o protagonismo da mulher negra. Os avanços, desafios, o papel que essa mulher tem dentro da sociedade conquistense, os espaços de poder que ela ocupa e como estamos enfrentando as questões estruturais que envolvem a mulher negra dentro do nosso contexto”, diz o coordenador de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Ricardo Alves.
E, no dia 26 de julho, no Centro Integrado de Direitos Humanos (CIDH), haverá homenagens às servidoras negras que atuam na Semdes, com o tema “Mulheres negras que acolhem mulheres negras”. Será uma programação de atividades culturais, incluindo uma palestra sobre autoestima e autocuidado, a cargo da psicóloga Ana Amélia Sobral.