Família Acolhedora: Promovendo o acolhimento e a reintegração de crianças e adolescentes

Por: Lívia Borges.

Em Vitória da Conquista existe uma ação chamada Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora, que tem como objetivo abrigar crianças e adolescentes que se encontram em situação de vulnerabilidade. Diferente do acolhimento institucional, o serviço é uma modalidade de acolhimento familiar que visa proporcionar um ambiente seguro e afável para esses jovens. Desde 2012, ele está em funcionamento na cidade, seguindo as orientações técnicas e assistenciais do Sistema Único de Assistência Social.

A seleção e preparação das famílias envolvem uma série de etapas. Após a inscrição, é realizado um primeiro contato, seguido por uma reunião onde são apresentadas todas as informações sobre o serviço. “As famílias interessadas deixam seus contatos e, posteriormente, são agendadas visitas domiciliares para conhecer todos os membros e avaliar as condições de acolhimento. Durante o processo de formação, as famílias são orientadas sobre o acolhimento e trabalham questões relacionadas ao desenvolvimento da criança ou adolescente”, comenta Valdilene Patez, assistente social do serviço.

Durante todo o processo, tanto na família acolhedora quanto no abrigo, é estabelecido um período máximo de 18 meses para que a criança ou adolescente permaneça institucionalizado. Esse prazo pode ser estendido em situações excepcionais, caso a reintegração à família de origem necessite de mais tempo. Durante esse período, é realizado um acompanhamento contínuo, promovendo encontros entre a criança e seus familiares originais, quando possível, e trabalhando questões de apego e desapego tanto com os acolhedores quanto com a criança ou adolescente. 

O processo de tornar-se uma família acolhedora começa com a apresentação do serviço, seja por meio do site da Prefeitura, divulgações ou diretamente no local. Aqueles que se interessam passam por um processo de formação contínua, com orientações e temáticas relacionadas ao acolhimento. Durante o cadastro, as famílias têm a opção de escolher o perfil de criança ou adolescente que desejam acolher, como idade e gênero a assistente social , ́”É importante ressaltar que a família acolhedora não pode ter interesse em adoção nem estar cadastrada no setor de adoção”, ressalta Valdilene.

As famílias acolhedoras não têm a possibilidade de realizar uma adoção permanente. O objetivo principal do projeto é proporcionar a reintegração das crianças e adolescentes aos seus familiares de origem. No entanto, caso durante o acompanhamento seja constatado que a reintegração não é possível, o judiciário pode destituir o poder familiar, e a criança passa a fazer parte do Cadastro Nacional de Adoção, onde outras pessoas podem desejar a adoção através da 1ª Vara de Família de Vitória da Conquista.

Através do acolhimento familiar, busca-se promover o fortalecimento dos vínculos e a reintegração das crianças às suas famílias de origem. Com um processo de seleção rigoroso e um acompanhamento eficaz, o projeto tem contribuído para oferecer uma nova chance de vida para aqueles que mais precisam, proporcionando um ambiente de amor, cuidado e proteção.