Diário Oficial comprova vínculo de Aline Peixoto com Sesab; Informação foi omitida de seu currículo
Líder do governo na ALBA havia dito que informação era uma mentira do correspondente de Folha de S. Paulo no estado.
Durante as negociações para a indicação – já confirmada – da ex-primeira dama, Aline Peixoto, para o cargo vitalício de conselheira do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), muito se especulou sobre o currículo da esposa do ministro Rui Costa (PT).
Sua atuação na enfermagem e como isso não tinha nada a ver com as especifidades do cargo disputado, inclusive ferindo o Art. 18 da Lei orgânica do TCM, foi a principal discussão, mas muito se falou também sobre o período em que Aline esteve como nomeada da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), inclusive durante a gestão de Rui Costa, seu marido, no Governo do Estado – fato este que foi omitido do seu currículo entregue à Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA).
Semanas antes da votação, o jornal Folha de S. Paulo noticiou bastante a estadia de Aline na Sesab, através de matérias do jornalista João Pedro Pitombo, correspondente do periódico em Salvador. Na ocasião, o líder do governo na ALBA, deputado Rosemberg Pinto (PT) disparou contra o repórter e o atacou publicamente o chamando de “mentiroso”.
No dia da votação e nomeação de Aline ao TCM, na última quarta-feira (08), o governador Jerônimo Rodrigues (PT) expediu uma edição extra do Diário Oficial do Estado para oficializar – em tempo recorde – a ida da enfermeira para o Tribunal, antes, porém, no mesmo documento há a exoneração da ex-Primeira Dama do cargo de assessora especial, do gabinete da secretária de Saúde da Bahia, Roberta Santana, o que comprova o vínculo da agora conselheira com o órgão estadual.
Na Sesab, a esposa de Rui Costa tinha símbolo DAS-2C, o que lhe garantia uma remuneração inicial de R$ 4.070,79, podendo contar com um acréscimo de 125% de gratificação, chegando a um total de 9,1 mil reais. Agora, ela vai receber R$ 35.462,22 no TCM.
Aline foi nomeada na Secretaria de Saúde da Bahia em 2012 no 2º governo de Jaques Wagner (PT). Se licenciou ao final de 2014 para no início do ano seguinte presidir as Voluntárias Sociais, cargo tradicionalmente ocupado pelas esposas dos governadores do estado. No entanto, ela permaneceu como servidora da Sesab. Segundo a Folha de S. Paulo, há registros de 12 diáias de viagem recebidas pela então Primeira-Dama entre 2016 e 2018, todas pagas pela pasta, somando um total de 8,3 mil reais.