Interdição de ponte ameaça abastecimento de combustíveis em Vitória da Conquista e outras regiões da Bahia
Suspensão no tráfego sobre o Rio Jequitinhonha causa prejuízos logísticos; distribuidoras alertam para risco de desabastecimento e pedem medidas urgentes.
A interdição total da ponte sobre o Rio Jequitinhonha, na BR-101, em Itapebi, no sul da Bahia, tem gerado graves transtornos e possíveis impactos no abastecimento de combustíveis em Vitória da Conquista e em outras cidades do estado. O alerta foi feito na última quinta-feira (22), pelo Sindicato das Distribuidoras de Combustíveis da Bahia (Sindicom-BA), que vê risco iminente de desabastecimento.
Desde o bloqueio da ponte, a principal rota alternativa tem sido a BA-982, no distrito de Santa Maria Eterna, em Belmonte. Segundo o sindicato, a estrada apresenta condições precárias, dificultando o transporte e colocando em risco a segurança dos trabalhadores.
“Com a venda de combustíveis abaixo do custo, reflexo direto da queda na demanda e da tentativa das distribuidoras de evitar multas contratuais impostas pela refinaria Acelen – devido ao não cumprimento das cotas diárias de retirada – o mercado enfrenta um desequilíbrio que ameaça distribuidoras e colaboradores em várias cidades como Eunápolis, Itagimirim, Itabela, Porto Seguro, Teixeira de Freitas, Itabuna, Vitória da Conquista e até mesmo no norte de Minas Gerais”, declarou a Sindicom-BA.
Em nota, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) comunicou que será necessária a construção de uma nova ponte, uma vez que os testes técnicos apontaram a inviabilidade de reabilitação da estrutura existente. A obra deve levar de 10 meses a 1 ano para ser concluída.
O DNIT também avalia a instalação de uma balsa provisória para veículos leves. “No momento, o tráfego de pedestres e de veículos de qualquer porte, segue interrompido na ponte. Sobre o desvio, o DNIT informa que contratou a manutenção e os serviços já estão sendo realizados”, afirmou o departamento.
As Federações da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb), das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio-BA) e das Empresas de Transportes da Bahia e Sergipe (Fetrabase) enviaram um ofício conjunto ao Ministério dos Transportes cobrando agilidade nas obras. Segundo as entidades, a ponte é estratégica para o tráfego de mercadorias, suprimentos e produção, e atende cerca de 70 municípios, com impacto direto em uma região que abriga mais de 2 milhões de pessoas.
Desde a interdição, o DNIT passou a recomendar o uso de três rotas alternativas. Para ambos os sentidos da BR-101, a orientação é seguir pela BA-275 até Santa Maria Eterna, acessar a BA-658, depois a BA-982, em seguida a BA-274, retornando à BR-101 na altura do km 646.
No sentido Espírito Santo/Salvador, a alternativa indicada é acessar a BR-418 no km 920 da BR-101, no distrito de Posto da Mata, em Nova Viçosa, Extremo Sul da Bahia, e seguir até a BR-116, em Teófilo Otoni (MG).
Já para quem trafega no sentido Itabuna/Espírito Santo, a rota sugerida começa no km 506 da BR-101, em Itabuna, no Sul do estado, acessando a BR-415 e, na sequência, a BR-116, em Vitória da Conquista, no Sudoeste.
A Fetrabase aponta que diante da interdição o transporte rodoviário de cargas e passageiros já enfrenta atrasos, aumento de custos e riscos operacionais. Como consequência, o sistema logístico fica comprometido, o que afeta diretamente o abastecimento de mercadorias e a mobilidade entre cidades, tanto em rotas intermunicipais quanto interestaduais.