Vitória da Conquista: Quatro anos após as enchentes, moradores da Lagoa das Flores seguem sem assistência efetiva
Desde os temporais de 2021 e 2022, famílias das Chácaras Guarani aguardam solução por danos.
Quatro anos após as enchentes que devastaram a região das Chácaras Guarani, na Lagoa das Flores, em Vitória da Conquista, dezenas de famílias seguem vivendo em situação precária, à espera do cumprimento de promessas feitas pelo poder público. As chuvas intensas de 2021 e 2022 destruíram casas e desalojaram 24 famílias, que até hoje enfrentam a incerteza sobre moradia definitiva.
Em reportagem exibida pelo Bahia Meio Dia, moradoras como Leidiane e dona Maria do Carmo relatam que, mesmo com o compromisso da Prefeitura de Vitória da Conquista de ceder terrenos para reconstrução das moradias, nenhuma medida concreta foi efetivada.
Leidiane perdeu a casa onde viveu por um ano e meio e, atualmente, reside em um imóvel cedido por uma cunhada. O aluguel social foi pago por apenas seis meses, e nem todos os atingidos foram contemplados.
Já dona Maria do Carmo, com a casa condenada após os danos provocados pelas chuvas, ela e o marido precisaram deixar o imóvel onde viviam e atualmente estão abrigados em outro local, graças à doação de um terreno feita por uma pessoa que se sensibilizou com sua história. “A pessoa nem me conhecia, mas soube da nossa situação, sem ter para onde ir, e estendeu a mão para a gente”, contou.
Segundo os moradores, a prefeitura havia prometido um terreno para o reassentamento das famílias, mas, até o momento, nada foi entregue. “Nem terreno, nem casa, nem ajuda em dinheiro. Nada”, desabafa Maria do Carmo.
Em nota, a Prefeitura de Vitória da Conquista informou que ofereceu uma área institucional para a instalação das famílias e que o processo burocrático para reassenta-las está em fase final, mas o trâmite ainda não foi concluído. O município ressalta ainda que o antigo local onde as casas foram construídas é considerado uma área de risco, o que impede o retorno dos moradores ao local original.
Enquanto isso, passados quatro anos desde o desastre, dezenas de pessoas ainda vivem a incerteza de quando poderão reconstruir suas vidas de forma segura e digna. As famílias continuam sem respostas e sem uma nova casa para chamar de sua, convivendo diariamente com as marcas da enchente e com o silêncio do poder público.