Mulher é resgatada após décadas de exploração doméstica em Vitória da Conquista; caso semelhante foi registrado em Poções
Ações contaram com o apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT), da Defensoria Pública da União (DPU) e da Polícia Federal (PF).

Na última quinta-feira (11), a Inspeção do Trabalho resgatou uma trabalhadora doméstica em situação análoga à escravidão durante ações de fiscalização realizadas no município de Vitória da Conquista. Situação semelhante aconteceu também na cidade de Poções, no mês de maio deste ano.
A operação foi coordenada pela Auditoria-Fiscal do Trabalho, com apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT), da Defensoria Pública da União (DPU) e da Polícia Federal (PF).
Em Vitória da Conquista, uma mulher de 46 anos foi resgatada. Ela havia sido entregue à empregadora ainda na infância e cumpria jornada exaustiva e de total disponibilidade para a família, sem receber nenhum tipo de salário ou benefícios.
Além das tarefas domésticas, a vítima também era obrigada a produzir comidas, doces e salgados para uma lanchonete anexa à casa, onde atuava no atendimento ao público e na limpeza, configurando uma dupla jornada de trabalho sem remuneração.
Foi marcada uma audiência com os empregadores para a próxima terça-feira (23), às 16h, para tratar dos pagamentos devidos.
Em maio deste ano, no município de Poções, os fiscais encontraram uma situação ainda mais grave. Uma idosa de 86 anos foi resgatada após mais de 70 anos de exploração. Assim como no primeiro caso, ela também havia sido entregue à família empregadora ainda criança e desde então viveu em regime de disponibilidade integral.
A vítima não podia sair desacompanhada e foi privada de convívio social por décadas, além de ser analfabeta. A empregadora é médica do trabalho e dona de uma clínica na cidade.
A população pode realizar denúncias forma anônima pelo Sistema Ipê (clique aqui), uma parceria do Ministério do Trabalho e Emprego com a Organização Internacional do Trabalho, ou pelo Disque 100, disponível 24 horas por dia, de forma gratuita, via WhatsApp, Telegram ou videochamada em Libras, garantindo acessibilidade para pessoas com deficiência auditiva.