Bahia é o terceiro estado com mais trabalhadores resgatados de condições análogas à escravidão no país
Mais de 1.600 pessoas foram libertadas nos últimos cinco anos; Poções é identificada como rota de tráfico de pessoas no estado.

Segundo dados do Smartlab, plataforma do Ministério Público do Trabalho (MPT) em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a Bahia ocupa o 3º lugar no ranking nacional de trabalhadores resgatados de condições análogas à escravidão, com 1.605 pessoas libertadas entre 2019 e 2024. O estado fica atrás de Minas Gerais, com 2.312 resgates, e Maranhão, com 1.736 resgates.
Além do trabalho escravo, o tráfico de pessoas também preocupa autoridades. Entre 2012 e 2019, Salvador liderou em número de denúncias de tráfico de crianças e adolescentes no Disque 100, concentrando cerca de 24,1% dos registros em todo o país. Desses casos, 77,6% estavam ligados ao trabalho escravo e 22,4% à exploração sexual comercial.
A cidade de Poções, localizada próxima a Vitória da Conquista, foi apontada como principal ponto de saída de pessoas traficadas a partir do estado. Em ambos os crimes, as principais vítimas são pessoas negras e com baixa escolaridade.
No caso da exploração sexual, a maioria são meninas e mulheres entre 11 e 35 anos. Já o trabalho escravo atinge predominantemente meninos e homens da mesma faixa etária, conforme levantamento do Ministério Público do Trabalho na Bahia (MPT-BA).