Vitória da Conquista: cúmplice de pastor condenado por duplo homicídio é sentenciado a mais de 21 anos de prisão
Fábio de Jesus Santos participou do assassinato da pastora Marcilene Sampaio e de sua sobrinha Ana Cristina, em 2016.

O Tribunal do Júri da Comarca de Vitória da Conquista condenou Fábio de Jesus Santos a 21 anos e 4 meses de prisão por envolvimento no assassinato da pastora Marcilene Oliveira Sampaio e de sua sobrinha, Ana Cristina Santos Sampaio, ocorrido em janeiro de 2016.
O crime foi praticado em parceria com o pastor Edimar da Silva Brito, apontado como mandante do crime e condenado a 32 anos de prisão, e o vigilante Adriano Silva dos Santos. Edimar da Silva está foragido e com mandado de prisão em aberto.
A condenação de Fábio de Jesus ocorreu após o promotor José Junseira comprovar sua participação ativa no crime, rebatendo a tese da defesa. Ele aguardava o julgamento em liberdade e cumprirá a pena em regime fechado.
De acordo com a investigação, o crime foi motivado por disputa religiosa. Marcilene era uma das líderes da igreja comandada por Edimar, mas rompeu com ele e fundou um novo ministério, levando parte dos fiéis. A perda de seguidores teria motivado o plano de vingança.
Relembre o caso
Na noite de 19 de janeiro de 2016, as vítimas estavam em um carro com o marido de Marcilene, o pastor Carlos Eduardo de Souza, quando foram abordadas pelos criminosos na estrada que liga Vitória da Conquista à Barra do Choça.
Carlos foi espancado e sequestrado, mas conseguiu fugir após se jogar do veículo em movimento. Já Marcilene e Ana Cristina foram levadas até uma área isolada e brutalmente assassinadas. Os laudos apontaram violência extrema, com lesões na cabeça que deixaram os corpos irreconhecíveis.
Fábio de Jesus Santos e Adriano Silva dos Santos foram presos no dia seguinte e confessaram a participação no crime, apontando o pastor Edimar da Silva como mandante. Edimar ficou foragido por alguns dias e foi preso em uma fazenda no município de Ibicuí, mas voltou a fugir após ser condenado a 32 anos de prisão em março deste ano.
Durante o julgamento de Edimar, o Conselho de Sentença aceitou a tese do Ministério Público, que o acusou de homicídio qualificado por motivo torpe, uso de meio cruel e impossibilidade de defesa das vítimas. A juíza Ivana Pinto Luz ressaltou que o crime foi premeditado e cometido com extrema frieza.
A defesa do pastor, representada pelo advogado Antonio Rosa dos Santos, alega erro judiciário e falhas no julgamento e pede que ele seja anulado e realizado novamente. Segundo a defesa, o principal depoente, Carlos Eduardo, não compareceu ao júri, e a gravação do seu depoimento não pôde ser exibida corretamente por problemas técnicos. O advogado do réu também entrou com pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA).