Câmara de Vitória da Conquista inicia articulação para inclusão de pessoas trans no mercado de trabalho

Uma nova iniciativa pretende enfrentar, de forma prática, os desafios que dificultam o acesso de pessoas trans, travestis e transgêneros ao mercado de trabalho em Vitória da Conquista. A proposta foi debatida em uma reunião estratégica realizada na última quarta-feira (9) entre o Ministério Público do Trabalho (MPT), o Conselho Municipal de Diversidade Sexual e de Gênero e representantes do movimento LGBT.

A principal medida em discussão é a criação de um cadastro com informações sobre pessoas trans em situação de vulnerabilidade social. A ideia é mapear perfis, interesses e qualificações profissionais, facilitando a construção de uma rede de empregadores dispostos a promover a inclusão e combater o preconceito estrutural.

A articulação surge como resposta às barreiras enfrentadas por essa população, que envolvem expulsão familiar, evasão escolar, falta de oportunidades e exclusão social. Apesar dos avanços legais e institucionais, ainda são poucos os espaços de trabalho abertos à diversidade de gênero.

Durante a reunião, relatos e dados apresentados por organizações locais mostraram como a transfobia ainda limita drasticamente as possibilidades de acesso à educação e ao trabalho. O Coletivo Finas, um dos movimentos que participaram do encontro, destacou que a prostituição acaba sendo, em muitos casos, a única alternativa de sobrevivência para pessoas trans na cidade.

A expectativa é que, a partir do cadastro, empresas sejam convidadas a aderir a ações afirmativas voltadas à contratação e valorização da diversidade. O projeto também visa pressionar por políticas públicas mais eficazes e estruturantes, que não dependam apenas de ações pontuais.