Centros de Distribuição na Bahia fazem diferença e grupo dono da Le Biscuit tem receita de R$1 bilhão no ano
Especialista aponta que o bom desempenho acontece devido suporte à expansão que centros como o de Vitória da Conquista têm oferecido.
O Grupo CVLB, dono das marcas Le Biscuit e Casa&Video, destacou-se como a varejista com maior crescimento de receita na Bolsa de Valores brasileira (B3) no primeiro semestre de 2024.
O grupo registrou um aumento de 30,5% em suas receitas, passando de R$ 826 milhões em 2023 para R$ 1 bilhão neste ano, consolidando-se como a primeira colocada no ranking de crescimento no setor varejista.
O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) do CVLB também apresentou um crescimento significativo, subindo 191% em comparação ao mesmo período do ano anterior, de R$ 23 milhões no primeiro semestre de 2023 para R$ 69 milhões em 2024.
Hudson Bessa, professor da FGV e Insper e conselheiro da Associação Brasileira de Agentes Autônomos de Investimentos, reforça que o bom momento reflete o cenário positivo do varejo no Brasil em 2024. “Desde o começo do ano, vemos alguns indicadores crescendo no Brasil, como a renda, produção, o PIB, o desemprego vem diminuindo. E o crédito também está aumentando. Tudo isso reflete o bom momento do mercado dos varejistas neste ano”, observou Hudson.
Apesar do crescimento na receita, o grupo ainda opera no prejuízo devido ao processo de fusão entre as marcas Casa&Video e Le Biscuit, iniciado em 2022. O lucro líquido (“bottom line”) apresentou uma queda de 6,6% em comparação com o ano passado, passando de R$ 119 milhões para R$ 84 milhões. Segundo o grupo, a alta dos juros impactou negativamente o resultado financeiro.
A economista e assessora de investimentos Paloma Lopes, da Valor Investimentos, aponta que o bom desempenho do grupo está relacionado aos seus planos de expansão. “Os centros de distribuição do grupo têm dado suporte à expansão, principalmente da Le Biscuit, em regiões como Camaçari, Salvador, Vitória da Conquista e outras cidades e regiões que normalmente os outros varejistas não vão.“, explicou.
Rodrigo Simões, professor da Faculdade do Comércio (FAC-SP), acrescenta que a redução no endividamento da companhia também foi crucial para os bons resultados. “A empresa teve uma redução no fechamento do segundo trimestre de 2024 gerando uma redução de R$ 80 milhões no endividamento. Segundo o relatório financeiro da companhia, o recuo aconteceu devido ao alongamento da dívida por meio de debêntures, notas comerciais escriturais e empréstimos, equalizando o fluxo de caixa”, destacou o especialista.